Poderia já te ter dito há mais tempo (ou se calhar tu já sabes mesmo sem que eu diga) que a minha vida mudou tanto desde que apareceste, desde que quiseste nela permanecer...
Não tenho dúvidas de que preferias que te dissesse de viva voz o que agora aqui escrevo, mas quando falamos as palavras não aparecem com tanta facilidade como eu gostaria. E se, por vezes, fico calada, ou é por gostar de ficar a ouvir-te ou porque tudo o que gostaria de te dizer não traduziria com fidelidade o que sinto e como me sinto. Como se as palavras ficassem longe de te dizer tudo...
Ficar calada não significa que nada tenha para dizer, mas tão só que o que sinto é algo demasiado grande e indescritível que ultrapassa largamente os limites das palavras.
Ainda que o sufoco permanente em que vivo se mantenha (não sei mesmo se não se terá acentuado...), há uma variável nova na minha vida: TU. Tu que me entendes, que me fazes sorrir, que consegues ouvir mesmo o que eu não digo, que me fazes sentir especial... Tu que me amas.
Vês? Acabo de reler o que escrevi e parece tão pouco... Bem sei que nada exiges, mas queria dar-te tanto, infinitamente mais do que dou...
Um dia, tu e eu vamos conseguir sair dos mundos confusos e complicados em que vivemos e vamos ficar num mundo só nosso, construído por nós e para nós, onde ficarão apenas as pessoas de quem gostamos. Nesse mundo, vou ser ainda mais feliz contigo e vou fazer tudo para que fiquemos juntas. Sempre. Mesmo que o sempre não exista.